Foto: Germano Rorato (Arquivo Diário)
Assim como assistimos atônitos aos graves casos de feminicídios recentes - foram quatro só nesta semana aqui no Estado -, e às inúmeras acusações de abusos sexuais que teriam sido cometidas pelo famoso médium João de Deus, de Goiás, fica também a pergunta: o que é possível fazer para coibir esses tipos de crimes? Essa realidade é presente aqui também: este mês, foi condenado um homem que assumiu ter matado a ex-companheira em 2013, e ontem, foram presos dois suspeitos de estuprar nove crianças em Dona Francisca.
Homem que colocou fogo na ex-namorada é indiciado por tentativa de homicídio triplamente qualificada
No caso dos assassinatos praticados por ex-companheiros inconformados com separações, ao que parece nem mesmo uma pena mais severa seria suficiente para inibir os crimes. Devido ao estilo agressivo e à cultura machista ainda muito forte em parte dos homens, eles ficam descontrolados e acham que podem fazer qualquer coisa com as mulheres - absurdamente, tratadas como objetos.
Após confessar que matou bancária por ciúmes, marido é condenado à prisão
A criação das Delegacias da Mulher, nas últimas décadas, contribuiu para que as mulheres vítimas de agressões denunciem, mas por envolver afeto, graves ameaças e filhos, muitas vezes os casos não são levados adiante. Talvez essa realidade só mude a longo prazo, se a cultura machista seguir sendo combatida e diminuir entre os mais jovens. Sobre o médium João de Deus, agora é esperar por uma apuração criteriosa das autoridades, já que casos são investigados desde 2010 e acabaram dando em nada. Se ele fez tudo mesmo o que está sendo denunciado, demorou demais para o caso vir à tona. Mas, felizmente, os figurões da política e de outros setores estão vendo, ultimamente, seus castelos de areia desabarem.